Funcionários mantêm greve na UFRJ e fazem ‘apitaço’ contra professores eméritos.

05/09/2015 05:46

Após decidir pela manutenção da greve com ampla maioria (apenas três abstenções), os funcionários técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fizeram um “apitaço” no prédio da Escola Politécnica, no Centro de Tecnologia, para protestar contra os professores eméritos da instituição que enviaram carta ao Ministério da Educação criticando o reitor Roberto Leher.

Durante o protesto pelos corredores da Universidade, os funcionários em greve gritaram palavras de ordem como “Ô, emérito, vou te falar: a sua carta não vai nos intimidar”. As críticas aos professores eméritos também ganharam espaço na assembleia da categoria. Na ocasião, os técnicos afirmaram que a postura dos docentes ataca a autonomia universitária.

— A força de trabalho hoje nessa universidade é dos técnicos-administrativos. Mesmo os professores saindo da greve e caso os alunos saiam tem muita dificuldade de tocar a universidade sem os técnicos, porque somos o fazer da instituição. Inclusive a própria universidade reconhece isso. Nós somos a força de trabalho. Nossa história de movimento é antiga e nunca dependemos de professor e de aluno, aliás a greve de estudantes é histórica. Para os alunos entrarem em uma greve é porque a situação da universidade está um caos— comentou Marli Rodrigues, membro do Comando Local de Greve, ao avaliar se o fim da greve dos docentes e o indicativo de saída dos estudantes para o dia 8 poderia enfraquecer o movimento dos funcionários.

Na assembleia, os funcionários discutiram a respeito da realização do cronograma relacionado aos Testes de Habilidade Específica (THE) para os vestibulandos, procedimentos de transferência interna, entre outros. Segundo os funcionários, a reitoria solicitou ao comando que se comprometa a realizar as atividades necessárias para a realização dos trâmites de seleção.

Apesar do apelo, os funcionários ainda não optaram por atender ao pedido do reitor de imediato. Os grevistas decidiram que encaminharão um ofício questionando quantos funcionários seriam necessários para fazer o serviço e tomarão uma posição definitiva na próxima assembleia, que acontecerá na próxima terça-feira. Nesta quinta, os funcionários em greve farão um ato em frente à reitoria da UFRJ para pressionar o governo federal.

— Não é a nossa greve que está fazendo o caos nesta universidade hoje. Quem está fazendo é o Governo— criticou Marli Rodrigues.


Fonte: EXTRA